domingo, 28 de agosto de 2011

FUNÇÕES DA LINGUAGEM


Antes de estudarmos Funções de Linguagem, é essencial que tenhamos o conhecimento de alguns elementos da comunicação:
a) Emissor ou destinador: é de onde se parti a mensagem;
b) Mensagem: é o conteúdo informativo que está sendo transmitido;
c) Receptor ou destinatário: é o alvo do emissor para receber a mensagem transmitida;
d) Canal de Comunicação: é o meio pelo qual a mensagem é transmitida. Visual, auditivo ou sinestésico (visual e auditivo);
e) Código: é a maneira pela qual a mensagem se organiza. O código é formado por um conjunto de sinais, organizados de acordo com determinadas regras. Pode ser através da fala, escrita, gestos, código Morse, sons etc. O código deve ser de conhecimento do emissor e do receptor;
f) Contexto ou Referente: é o objeto ou a situação a que a mensagem se refere.

Tendo em mente e compreensão dos elementos básicos da teoria da comunicação, passemos para as funções de linguagens.

FUNÇÃO REFERENCIAL OU DENOTATIVA

Emite a mensagem objetiva com linguagem denotativa. Esta função é caracterizada pela exposição de dados da realidade e é transmitida em terceira pessoa do singular ou plural, pois tem uma postura de impessoalidade. Permite apenas uma interpretação por quem recebe a mensagem. Como em textos jornalísticos, reportagens científicas etc.




FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA

Emite uma mensagem subjetiva objetivando transmitir suas emoções e anseios, ela apresenta-se na primeira pessoa, sendo assim, a realidade é transmitida sob o ponto de vista do emissor. A pontuação (ponto de exclamação, interrogação e reticências) é uma característica da função emotiva e reforça a expressividade da mensagem. Esta função é amplamente utilizada em poemas ou narrativas de teor dramático ou romântico.
Ex: No meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho / tinha uma pedra / no meio do caminho tinha uma pedra // Nunca me esquecerei desse acontecimento / na vida de minhas retinas tão fatigadas. / Nunca me esquecerei que no meio do caminho / tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho / no meio do caminho tinha uma pedra. Carlos Drummond de Andrade.


FUNÇÃO CONATIVA OU APELATIVA

Influencia, convence, ordena, sugere ou convida o receptor através da mensagem que é transmitida de modo apelativo. É comumente acompanhada de vocativo e os verbos costumam se apresentar no imperativo (dando ordens) ou conjugados na 2ª (tu, você) ou 3ª (ele/ela) pessoa. Este tipo de mensagem é muito comum em textos publicitários, em discursos políticos ou de autoridade.

FUNÇÃO FÁTICA

Esta função busca a interação do emissor com o receptor, ela objetiva estabelecer uma relação comunicativa com o destinatário da mensagem, prolongando uma conversa ou passando o turno de fala para o receptor. Uma de suas principais características é a incitação do receptor a falar. Como geralmente ocorre nos cumprimentos (oi, bom dia!), ao se atender ao telefone e princípios de diálogos pela internet, normalmente pelo MSN ou chat.


FUNÇÃO METALINGUÍSTICA





Ocorre quando a mensagem se volta sobre si mesma, transformando-se em seu próprio referente. Ou seja, a linguagem fala sobre a própria linguagem. A título de exemplo, podemos citar filmes que abordam temas sobre a produção de filmes, músicas que contam como são criadas as próprias músicas, poesia que fale da poesia etc.


FUNÇÃO POÉTICA

É quando a mensagem transmitida contém combinações sonoras ou rítmicas, jogos de imagem ou de idéias. Vale-se do uso da musicalidade do conteúdo nela inserido. Essa função é capaz de despertar no leitor prazer estético. É largamente explorada em textos publicitários, na poesia e na música.

EX:
Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá, seno a, cosseno b, seno b, cosseno a”. (Autoria desconhecida).

QUESTÕES DE VESTIBULARES

01. (UEPA-2008) A primeira frase do texto denota, principalmente:
a) intimidação.
b) intolerância.
c) insegurança.
d) modéstia.
e) coragem.


RESPOSTA: a

COMENTÁRIOS:
Alternativa "a": afrontar, causar medo ou pânico.
Alternativa "b": repugnância, em matéria política ou religiosa, é uma atitude agressiva a respeito daqueles cuja opinião ou crença se diverge.
Alternativa "c": falta de segurança, inquietação.
Alternativa "d": humildade, pobreza, sem ambição.
Alternativa "e": força ou energia moral que leva a afrontar os perigos. Ânimo, bravura.





sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Reunião do Cursinho Alternativo


DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

Tanto nos textos literários quanto na linguagem coloquial, nem sempre a palavra é apresentada no seu sentido original, ou seja, aquela primeira definição que é encontrada no dicionário.
O significado das palavras não é fixo, invariável ou estático, ele pode variar conforme a situação em que as mesmas são utilizadas, dependendo do contexto em que elas são empregadas, as palavras podem ganhar novos sentidos, novos significados.
O uso da palavra pode ampliar o seu significado tanto quanto a imaginação do homem permitir. Desta forma, nós produzimos novos conceitos de antigas palavras por meio de associações, sempre dependendo de seu objetivo em determinada frase.
Nem sempre somente a palavra pode assumir um ou mais sentido, às vezes uma frase inteira pode assumir mais de um significado.

DENOTAÇÃO




A denotação é o uso da palavra em seu sentido real, próprio, comum, preciso, habitual, original, tal como encontraríamos nas primeiras definições do dicionário.
A palavra denotativa possui um sentido restrito, geralmente possui uma predominância da linguagem objetiva e impessoal. A palavra denotativa não depende do contexto em que ela está sendo usada para ser compreendida.
Este sentido geralmente é utilizado em textos científicos, bulas de remédios, textos jornalísticos que não sejam carregados de sensacionalismo.

Exemplo de um texto denotativo:
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;




CONOTAÇÃO

A conotação é utilizada quando a palavra encontra-se em sentido figurado, simbólico, quando se é usado um sentido que não lhe é comum. A palavra é interpretada com um significado diferente para o qual ela foi criada originalmente, ou seja, diferente do conceito encontrado nas primeiras definições fornecidas pelos dicionários. Este recurso é amplamente explorado na literatura, nas campanhas publicitárias e nas expressões artísticas, como nas músicas e poesias.
Diferentemente da denotação, o sentido conotativo depende do contexto em que a palavra se encontra, assim como a frase inteira pode ser influenciada de acordo com a situação em que é empregada.
No sentido conotativo devido a palavra extrapolar seu sentido original, permite que a comunicação seja mais rica e expressiva, permitindo que a criatividade tenha maior liberdade.

QUESTÕES DE VESTIBULARES

(UEPa-2009) A cara do Brasil
Eu estava esparramado na rede / jeca urbanóide de papo pro ar / Me bateu a pergunta meio a esmo: na verdade, o Brasil o que será? / O Brasil é o homem que tem sede / Ou quem vive da seca do sertão? / Ou será que o Brasil dos dois é o mesmo / o que vai é o que vem na contra-mão? / O Brasil é um caboclo sem dinheiro / Procurando o doutor nalgum lugar / Ou será o professor Darcy Ribeiro / Que fugiu do hospital pra se tratar? / A gente é torto igual Garrincha e Aleijadinho / Ninguém precisa consertar / Se não der certo a gente se virar sozinho decerto então nunca vai dar / O Brasil é o que tem talheres de prata ou aquele que só come com a mão? / Ou será que o Brasil é o que não come / O Brasil gordo na contradição? / O Brasil que bate tambor de lata / Ou que bate carteira na estação? / O Brasil é o lixo que consome / Ou tem nele o maná da criação? / Brasil Mauro Silva, Dunga e Zinho / Que é o Brasil zero a zero e campeão ou o Brasil que parou pelo caminho: Zico, Sócrates, Júnior e Falcão / A gente é torto igual Garrincha e Aleijadinho... / O Brasil é uma foto do Betinho ou um vídeo da Favela Naval? / São os Trens da Alegria de Brasília ou os trens de subúrbio da Central? / Brasil-globo de Roberto Marinho? Brasil-bairro: Carlinhos-Candeal? / Quem vê, do Vidigal, o mar e as ilhas ou quem das ilhas vê o Vidigal? / O Brasil encharcado, palafita? Seco açude sangrado, chapadão?/Ou será que é uma Avenida Paulista? / Qual a cara da cara da nação?/ A gente é torto igual Garrincha e Aleijadinho ...
(VIÁFORA, Celso; BARRETO, Vicente. Ney Matogrosso ao vivo. Ney Matogrosso. São Paulo: Polygram, 1999. 1 CD (73 min): digital. 73 145 422 202. A cara do Brasil. © EMI Editora: Edições Musicais Tapajós Ltda./Trama Edições Musicais Ltda.)


01 - Com relação ao Texto 1, é correto afirmar que:
a) os Trens da Alegria de Brasília são os mesmos trens do subúrbio da central.
b) o Brasil que tem sede é o que vive da seca do sertão.
c) quem vai e vem na contra-mão é o homem.
d) quem vê, do Vidigal, o mar e as ilhas é o que vê das ilhas o Vidigal.
e) o Brasil Mauro Silva, Dunga e Zinho é o que parou no caminho.


RESPOSTA: c

COMENTÁRIOS:
Alternativa "a": Não, esta é uma linguagem conotativa, os Trens da Alegria de Brasília é uma alusão à banda infantil de grande sucesso nos anos 80. Ou seja, representa os vários funcionários de cargos de confiança e indicados. O famoso cabide de empregos.

Alternativa "b": Não, na música temos o trecho "O Brasil o que será? O Brasil é o homem que tem sede OU quem vive da seca do sertão?". A conjunção "ou" nos passa uma ideia de alternância, e não uma afirmação como diz a alternativa em "O Brasil que tem sede É o que vive da seca do sertão.

Alternativa "c": Na música temos a afirmação "O Brasil é o homem[...]" e "Ou será que o Brasil dos dois é o mesmo / o que vai é o que vem na contra-mão?". Por falar que "o que vai é o que vem na contra mão" é o Brasil, consequentemente, afirma-se que também é o homem.

Alternativa "d": Pelo mesmo motivo da alternativa "b".

Alternativa "e": Não, eles venceram a copa de 94 mesmo com o placar de zero a zero contra a Itália e tendo que disputar os pênaltis, quem parou no caminho foi a "invencível" seleção de 82, de Zico, Sócrates, Júnior e Falcão. Que não venceram a copa.

06 - Em: O Brasil que bate tambor de lata ou que bate carteira na estação, os autores se valem de um recurso estilístico quando desejam que uma palavra apresente mais de um significado. Marque a alternativa correta que justifique a escolha do uso deste recurso, neste excerto.
a) Proximidade entre tambor de lata e estação.
b) Possibilidades de sentido em que a palavra bater está ligada à música.
c) Diferença entre o som da batida de tambor e o da carteira.
d) Evidencia relação de semelhança de sentido.
e) Retrata a relação entre a batida de tambor e a batida da carteira.

RESPOSTA: e

COMENTÁRIOS:
Alternativa "a": Não, não existe qualquer relação entre estas palavras;

Alternativa "b": Não, apesar de bater no tambor poder gerar música, ao se bater uma carteira, não teremos o mesmo resultado.

Alternativa "c": Ao se bater numa carteira, não iremos gerar som, ou se gerar, em nada poderia se comparar ao som de um tambor.

Alternativa "d": Não, na primeira o sentido que se usa é o de se produzir som, música, e no segundo, o sentido é de furtar. Não há semelhança, mas sim diferença.

Alternativa "e": Conforme diz o enunciado, o autor teve a intenção de usar um palavra para dois sentidos, um para fazer música, outro para roubar, "bater carteira".


quinta-feira, 28 de julho de 2011

Níveis de Linguagem

Os níveis de linguagem variam de acordo com o contexto onde se está emitindo uma comunicação, alguns dos principais fatores que determinam o nível de linguagem utilizado podem ser a origem e posição social do falante, o local e ocasião em que o interlocutor se encontra, a região do país onde o mesmo adquiriu sua maneira de falar, e também se a linguagem utilizada é a falada ou a escrita.
Quem realmente determina os níveis de linguagem a serem utilizados são os usuários da língua.
Ainda em 2011 o MEC meteu-se em uma polêmica em torno da fala, pois emitiu um livro que defende a possibilidade de uma pessoa conversar usando uma variação da língua diferente da norma padrão. A mídia polemizou o assunto, e até alguns âncoras de telejornais acharam um absurdo um livro didático defender tal ponto de vista.

CLASSIFICAÇÃO

Os níveis de linguagem são classificados de acordo com o contexto em que se encontram, os principais exemplos de níveis de linguagem estudados são: a linguagem coloquial, informal ou popular, a linguagem culta, formal ou padrão, a linguagem grupal, linguagem vulgar e a linguagem regional.

LINGUAGEM COLOQUIAL, INFORMAL OU POPULAR
É a expressão mais espontânea do falante, sai naturalmente e sem policiamento da fala, por isso mesmo que geralmente não está de acordo com as normas gramaticais da língua e está sempre carregada de vícios de linguagem como solecismo (erros de regência, concordância e colocação), barbarismo (erros na pronúncia ou grafia), ambigüidade, cacofonia e pleonasmo. Outras características marcantes da linguagem coloquial são as expressões vulgares e as gírias.
A linguagem popular é usada geralmente durante as conversações diárias entre amigos, situações informais e descontraídas, programas de TV (principalmente nos de auditório) e novelas. A linguagem informal também se manifesta na forma escrita, como quando escrevemos um bilhete, uma carta e principalmente na internet, quando utilizamos o MSN, Orkut, Twitter, blogs etc.

LINGUAGEM CULTA, FORMAL OU PADRÃO
A linguagem culta obedece às regras da gramática. Reflete mais prestígio social e cultural devido ao nível de instrução exigido para o seu uso. Normalmente dominado por classes sociais e intelectuais mais prestigiadas. Ela é mais artificial, mais estável e menos sujeita a variações.

A norma padrão está presente em todo povo civilizado, pois ela é quem assegura a unidade lingüística de uma nação. Por isso é ensinada nas escolas, devido à sua importância político-cultural. É regida pelas gramáticas normativas.

A linguagem culta é utilizada pelas pessoas que detém maior nível de instrução, nivelado pelos estudos e/ou hábito da leitura. Ela é mais comumente utilizada na linguagem escrita e literária. A linguagem formal está presente em sermões, discursos, textos científicos, noticiários de TV, programas culturais etc. 

LINGUAGEM GRUPAL

A linguagem grupal é aquela própria de grupos fechados, ou seja, apenas quem faz parte do grupo em questão pode entender com total clareza as mensagens que estão sendo passadas. A linguagem grupal pode ser de natureza social ou etária. Elas são classificadas em técnica (jargão) ou gírias.

A linguagem grupal pode ser encontrada em grupos sociais, profissionais, culturais etc. Podemos usar como exemplos as gírias utilizadas pelos surfistas, traficantes dos morros cariocas, marginais das grandes cidades, prostitutas, homossexuais, pichadores etc. Além das gírias, temos os jargões, que são linguagens técnicas que só são entendidas por quem faz parte do grupo profissional que atua na área, ou que ao menos seja instruído para isso. Dentre os jargões podemos exemplificar a linguagem dos hackers, dos geeks, nerds, o juridiquês, economês etc.
 
Na charge acima, Steve Jobs, criador do Ipad, pede desculpas ao super herói Flash, pois os arquivos em flash não rodam no tablet da Apple, uma piada genuinamente geek.

LINGUAGEM VULGAR
A linguagem vulgar infringe quase que totalmente as convenções gramaticais, ela está ligada aos grupos extremamente incultos, como analfabetos e pessoas que não tem nenhum ou quase nenhum contato com centros civilizados.
   













LINGUAGEM REGIONAL

A linguagem regional, também chamada de regionalismos ou falares locais, está diretamente ligada à região geográfica do falante. Ela tem um patrimônio vocabular próprio típico de cada região. O regionalismo distancia o vocabulário de uma região para outra a tal ponto que chega ser objeto de estudos e pesquisa, a exemplo do falar regional paraense, temos o “Dicionário Papachibé – Língua Paraense”, escrito por Raymundo Mário Sobral. Outros estados também possuem sua linguagem regional, a exemplo do Rio Grande do Sul, com expressões como “tchê”, “trilegal”, “bah”, o mineiro com o “uai”, “sô”, o pernambucano com “arretado”, “oxente”, e assim todos os estados tem suas particularidades na fala.


Questões de Vestibulares

(UEPA-2007)
“CAJUEIRO ‘FULORANDO’ em janeiro, segurando maturi* novo, é sinal de inverno tarde”, diz José Clementino, o dedo apontando a árvore carregada de frutos ainda verdes e flores em botão, à beira do açude Cedro. Ele era um dos “senhores do tempo” reunidos no X Encontro dos profetas da Chuva de Quixadá, cidade a 175km de Fortaleza, que ocorreu no dia 15 de janeiro de 2006. Clementino e os demais sertanejos observadores dos fenômenos meteorológicos fazem parte de uma tradição agrária das mais antigas da civilização humana. Guardam na memória experiências que vêm de muito tempo, de quando a vida dependia exclusivamente da agricultura e as condições climáticas eram fundamentais à sobrevivência da comunidade. A previsão do tempo pela observação dos astros, das plantas, do comportamento dos animais está presente num livro como As Geórgicas, do poeta latino Virgílio (século I a.C.), obra erudita que influenciou os popularíssimos livrinhos editados em Portugal desde a idade Média e que chegaram, quase do mesmo jeito, até os dias atuais, no Nordeste brasileiro – os Lunários perpétuos. São eles as matrizes escritas que ainda orientam os profetas da chuva de Quixadá.
(Revista RAIZ – Cultura do Brasil. Fevereiro de 2006)
*maturi: castanha de caju ainda verde.
 
01 – Sobre o discurso de José Clementino, registrado pelo jornalista, Texto 1, é correto afirmar que: 
a)Exemplifica uso de linguagem formal, conforme a variedade padrão vigente. 
b)O item lexical “FULORANDO” mostra apenas uma marca de variedade de estilo. 
c)Se trata de um registro típico das variedades lingüísticas urbanas. 
d)As características sintáticas nele presentes são marcas da linguagem coloquial. 
e)O item lexical “FULORANDO” pertence a uma variedade lingüística tanto sociocultural quanto regional.
 
RESPOSTA: e

COMENTÁRIOS:
Alternativa "a": Apesar do texto ter sido tirado de uma reportagem, o discurso produzido nele foi fiel à fala de José Clementino, que não dispõe de recursos linguísticos para se expressar dentro de uma linguagem formal. Ele discursa com seu linguajar tradicional, regional, o que caracteriza uma linguagem regional, e não formal.

Alternativa "b": A variação não é de estilo, é uma variação linguística, característica da linguagem regional ou vulgar.

Alternativa "c": Conforme podemos notar na imagem retirada do site da entrevista, o locutor não pertence a uma zona urbana, é um morador da zona rural.

Alternativa "d": as características sintáticas do discurso não são de ordem exclusiva da fala coloquial.

Alternativa "e": As características da palavra "FULORANDO" são de origem sociocultural e regional, podendo até mesmo ser considerada uma redundância neste caso.

(UEPA-2011) Desabafo

Deixa, deixa, deixa / Eu dizer o que penso dessa vida / Preciso demais desabafar // Eu já falei que tenho algo a dizer, e disse/ Que falador passa mal, e você me disse / Que cada qual vai colher o que plantou / Porque raiz sem alma, como Flip falo, é triste / A minha busca na batida perfeita / Sei que nem tudo tá certo, mas com calma se ajeita / Por um mundo melhor eu mantenho a minha fé / Menos desigualdades, menos tiro no pé / Andam dizendo que o bem vence o mal / Por qui vou torcendo pra chegar no final / É, quanto mais fé, mais religião / A mão que mata, reza, reza ou mata em vão / Me contam coisas como se fossem corpos / Ou realmente são corpos, todas aquelas coisas / Deixa pra lá eu devo tá viajando / Enquanto eu falo besteira nego vai se matando / Então / Deixa, deixa, deixa / Eu dizer o que penso dessa vida / Preciso demais desabafar / Ok, então vamo lá, diz / Tu quer paz, eu quero também / Mas o estado não tem direito de matar ninguém / Aqui não tem pena de morte, mas segue o pensamento / O desejo de matar de um Capitão Nascimento / Que sem treinamento se mostra incompetente / O cidadão do outro lado se diz impotente, mas / A impotência não é uma escolha também / De assumir a própria responsabilidade / Hein?? / Que você tem a mente, se é que tem algo em mente / Porque a bala vai acabar ricocheteando na gente / Grandes planos, paparazzo demais / O que vale é o que você tem e não o que você faz / Celebridade é artista, artista que não faz arte / Lava a mão como Pilatos achando que já fez sua parte. / Deixa pra lá, eu continuo viajando / Enquanto eu falo besteira nego vai, vai / Então deixa...
02 – Assinale a alternativa que apresenta expressões no nível informal da linguagem. 
a) Eu já falei que tenho algo a dizer, e disse. 
b) Andam dizendo que o bem vence o mal. 
c) Por aqui vou torcendo pra chegar no final. 
d) O cidadão do outro lado se diz impotente, mas. 
e) Eu dizer o que penso dessa vida.

RESPOSTA: c

COMENTÁRIOS:
Alternativa "a": está tudo ok.
Alternativa "b": também não tem nenhum desvio.
Alternativa "c": a palavra "pra" é uma maneira informal de dizer "para".
Alternativa "d": não há problemas nela.
Alternativa "e": tudo ok.

(UEPA-2011)
03 - Leia os seguintes excertos.

Jeca urbanóide de papo pro ar.
Me bateu a pergunta meio a esmo.
Procurando doutor nalgum lugar.
Que fugiu do hospital pra se tratar.

Os termos grifados estão presentes no uso do português brasileiro.  Segundo a norma padrão vigente, este uso se constitui em: 
a) Marcas da linguagem oral formal. 
b) Manifestações típicas da escrita. 
c) Transitórios entre o oral e o escrito. 
d) Usados na linguagem formal e informal. 
e) Manifestações da linguagem escrita formal.


RESPOSTA: c

COMENTÁRIOS:
Alternativa "a": apesar de ser características de linguagem oral, nem sempre é usada em discursos formais.

Alternativa "b": errado. São características da fala, não da escrita.

Alternativa "c": apesar de não ser aceita pela norma padrão gramatical, são formas de escritas convencionadas pela fala, ou seja, estão tão impregnadas na nossa fala, que aceita-se esta forma escrita fora de um ambiente formal que exija a linguagem culta. Por exemplo, uma redação de vestibular.

Alternativa "d": incorreto, pois o uso destas expressões não estão de acordo com a norma padrão da gramática.

Alternativa "e": Não é uma linguagem de ambiente formal.

Clique aqui para fazer o download da apostila de Níveis de Linguagem


Clique aqui para fazer o download da aula em powerpoint